sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Discurso de Roosevelt no Natal de 1938



A noticia mais abaixo foi publicada na primeira página do Jornal da Manhã ( depois renomeado para Folha de S.Paulo ) de 25 de Dezembro de 1938.

Contexto : O mundo já vivia a tensão na Europa, com a Guerra Civil Espanhola e o confronto comunismo versus democracias versus fascismo. A Alemanha se rearmando e já ocupando parte da Tchecoslováquia e Austria, a Itália em animosidade com a França por causa das colônias africanas. Na América do Sul havia tensão no Chile e Argentina.
Já uma das economias mais poderosas do mundo na época e seu chefe de estado F.D.Roosevelt mostra os valores cristãos, prega a paz, o entendimento entre as nações. E logo viria o ano de 1939 quando começaria uma nova guerra mundial, e depois os EUA sairiam de sua politica de isolamento após o ataque a Pearl Harbour em 1941, lançando o colosso industrial na Guerra a favor da liberdade e democracia no mundo.
Muitos que ficam atacando os EUA hoje em dia, acusando-o de ser "imperialista" e "militarista" precisavam estudar a história e entender o "big theater" das nações, as relações internacionais, os valores humanos de seus fundadores e do seu povo.

No texto foi mantida a grafia original :



Roosevelt lança caloroso apello em favor da paz

O discurso hontem pronunciado pelo chefe do Executivo "yankee"


Washington, 24 (U.P.) - O presidente Roosevelt discursando, por occasião da cerimônia da Arvore de Natal da Communidade, no parque Lafayette, saudou seus concidadãos no mundo inteiro dizendo :


"Queremos que a paz que reina no hemispherio occidental e da qual, infelizmente nem todos os povos gozam na hora que passa, seja em breve, concedida a todas as nações e a todos os povos. Trabalharemos para consegui-la porque a queremos de todo o coração. Não cobiçamos nem terras, nem povos, de quem quer que seja, e a nossa devoção à causa da paz, deve fortalecer no dia de hoje, quando 21 repúblicas estão reunidas sob os auspicios da Conferência Pan-Americana de Lima, que por feliz coincidência termina satisfatoriamente seus trabalhos, logo após o anniversario de Nosso Senhor. Estamos pois vivendo uma semana sagrada em que devemos praticar o amor ao proximo. Podemos tirar novas forças e nova coragem do mundo espiritual. Não devemos esperar um mundo novo de um dia para outro, porém, no nosso paiz, e nos outros paizes - onde quer que se encontrem homens de boa vontade a nos ouvir - o melhor trabalho está ao nosso alcance: consiste em banir o odio, a avidez, a inveja do coração da humanidade. E, assim renovo o compromisso, já tantas vezes tomado perante meus patrícios, e que eu renovo agora perante o mundo inteiro, de fazer tudo o que estiver ao meu alcance afim de apressar a chegada do dia annunciado pelo propheta Isaias, quando os homens forjarão arados com o aço de suas espadas e transformarão seus chuços em varas para podar, quando as nações não mais tirarão a espada uma contra a outra e não mais se haverão de guerrear".


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Coleção Bombardeiros da II Guerra Mundial

Uma nova coleção que saiu, e que infelizmente só pude comprar a primeira, pois não chegou aqui na região Norte foi essa, que mostro na fotos abaixo :

Bombardeiros da II Guerra Mundial. Miniaturas em metal em escala 1/144, possivelmente.




Tirei do plástico apenas o livreto que veio junto, a miniatura ainda não retirei... mas vi que é de muito boa qualidade, recheada de detalhes, com as metralhadoras todas e os hélices.

sábado, 24 de setembro de 2011

O protesto e as carruagens




Nossa história se passa em um antigo reino, séculos atrás, quando oautomóvel ainda não havia sido inventado e as pessoas se locomoviam, em geral, em carruagens puxadas por cavalos. Era um grande reino, com extensões continentais, o que fomentava a demanda por mais e mais carruagens, já que outras alternativas de transporte estavam longe de satisfazer à população.

Quatro construtores de carruagens, unidos na Ancovea (Associação Nacional dos Construtores de Veículos de Tração Animal), dominavam o mercado. Não que apenas essas empresas fizessem carruagens no mundo: é que naquele reino, por alguma razão difícil de entender, era proibido importá-las. Naturalmente, essa restrição tornava as coisas confortáveis para aqueles construtores.

Não importava o que oferecessem ao mercado, havia demanda, mesmo que as carruagens estivessem superadas ou não fossem de alta qualidade. Como exemplos, a empresa Carruagem do Povo usava suspensões desconfortáveis e cabines mal-acabadas, enquanto a Carruagens Gerais, para aumentar os lucros, vendia veículos puxados por cavalos velhos, que andavam devagar e comiam muito capim.

Um dia, o rei experimentou uma bela carruagem vermelha feita em outra região, com puros-sangues velozes e o logotipo de um cavalo empinado. E veio dizer ao povo que ele - não o rei, mas o próprio povo - estava nu. Segundo suas palavras, naquele reino só se faziam... carroças.

Mais que pela conclusão, que já era de conhecimento geral, o rei ganhou popularidade pela ordem que deu em seguida: dali em diante, seus súditos poderiam importar carruagens de onde desejassem. As portas do mundo estavam, afinal, abertas. Claro que isso não sairia barato: foi definido um IIC (Imposto de Importação de Carruagens) de 85%, ao qual se somavam dezenas de outros tributos. No reino, o que não faltava eram impostos, taxas e contribuições ao rei - já que alguém precisava sustentar a máquina estatal, ou melhor, real.

O povo, mesmo escorchado pelos impostos, comemorou. Chegaram carruagens modernas ou nem tanto, simples ou sofisticadas, de reinos próximos ou dos mais distantes - até uma de origem russa - e a paisagem das ruas e estradas do reino se tornou mais variada. As empresas que vieram de fora se organizaram na Areiva, Associação Real de Empresas Importadoras de Veículos de Tração Animal.
Os quatro tradicionais construtores, para manter seu mercado, renovaram suas carruagens com cabines mais espaçosas e bem-acabadas, suspensões mais confortáveis, cavalos mais dispostos e sem tanto apetite pelo caro capim (sim, o capim no reino também era severamente tributado). Empresas de outros locais foram se instalar no reino, interessadas em um mercado que crescia com rapidez - cada vez mais pessoas podiam comprar uma carruagem, ainda que muitas empenhassem excessiva parcela de sua renda nos pagamentos mensais

Preocupadas com a perda de sua hegemonia, as empresas mais antigas tiveram uma ideia. Em parceria com os produtores de grãos, convenceram o povo de que novos cavalos, que comiam tanto capim quanto farelo, eram muito melhores que os antigos, alimentados apenas com capim. "Agora você pode escolher", anunciavam, acrescentando o argumento ambiental de que as - digamos - emissões poluentes dos cavalos seriam reduzidas com o novo alimento. De repente, todos no reino queriam os chamados cavalos Flex Food, ou flexíveis em alimentação.

Foi um grande estímulo para as vendas de carruagens nacionais. Os construtores recém-chegados, que traziam animais de outras origens para puxar suas carruagens, e os importadores de veículos saíram perdendo: ninguém mais dava valor a cavalos não flexíveis, embora eles comessem menos e andassem mais entre as paradas para se alimentar que os Flex Food. A rejeição durou alguns anos, até que também as associadas à Areiva oferecessem carruagens com tais cavalos.
O mais curioso é que, depois que os animais Flex Food tomaram conta das ruas, os produtores de farelo elevaram muito seu preço e, por todo o reino, só se viam cavalos comendo capim... como em outros tempos.

Novos concorrentes
Cerca de 20 anos passaram-se desde a abertura do reino às carruagens importadas. Os famosos quatro construtores, que em outras épocas vendiam com facilidade, enfrentavam agora novos concorrentes. Havia as carruagens coreanas, com cabines modernas e cavalos que comiam pouco, e as chinesas, bem-equipadas a preços atraentes - embora muitos desconfiassem da robustez de seus cavalos para as severas condições de uso praticadas no reino.

Apesar da concorrência, os construtores "nacionais" - assim chamados embora fossem procedentes de outros reinos, para onde enviavam os lucros - não vinham se defendendo à altura. Em termos de tecnologia, acabamento e eficiência, suas carruagens estavam bem aquém das importadas, embora tivessem cabines com frisos e adornos, cavalos mais decorados e rodas cujo desenho mudava a cada dois anos -
segundo uma das empresas, "para atrair o cliente no momento exato em que ele termina de pagar pela carroça anterior".

A maior novidade dos últimos anos eram as carruagens "aventureiras", com cabine mais alta, rodas maiores e uma ameaçadora barra frontal de madeira, mas que atolavam com a mesma facilidade das convencionais.

Reunidos na Ancovea, os construtores protestavam. "Nossos concorrentes vendem carruagens feitas com mão de obra escrava", bradava um dos empresários. "Elas são puxadas por pôneis malditos", exaltava-se o dono da Carrossan. "Vamos ter que demitir pessoal se continuar essa importação desenfreada", ameaçava o da Carruagem do Povo. "Ninguém mais quer nossos cavalos velhos. Estamos com os pátios cheios!", reclamava o proprietário da Carruagens Gerais.

"A rainha deve tomar providências!" - gritaram, em uníssono.

O que os associados à Ancovea não diziam, embora estivesse à vista do povo, é que eles mesmos vinham trazendo milhares de carruagens e cavalos de outros reinos sem pagar o IIC, baseados em acordos comerciais como o Mecresul, o Mercado Comum dos Reinos do Cone Sul. Se carruagens importadas respondiam por "preocupantes" 20% das vendas do reino, três quartos dessa parcela cabiam a importações dos próprios construtores da Ancovea. As outras empresas, ligadas à Areiva, detinham apenas 5% das vendas.

E a Ancovea não importava só carruagens de luxo. Alegando que era muito caro construí-las no reino, os empresários já traziam as de todos os segmentos. O caso mais extremo era o da Carrossan, que começava a trazer de fora uma nova carroça do tipo 1.0. Tracionadas por pôneis de baixa capacidade, que mal conseguiam subir ladeiras, as 1.0 eram um equívoco criado por incentivos fiscais.

Gerar empregos no reino? Ora, isso não era relevante. Servia apenas como discurso para pressionar a rainha a atender sua demanda.

Pois a autoridade maior do reino, em reunião no castelo com seus subordinados e representantes da Ancovea, decidiu: a partir do dia seguinte - sem o habitual prazo para entrada em vigor - as carruagens importadas teriam de recolher uma alíquota triplicada do IPA (Imposto sobre Produtos Artesanais). Para surpresa geral, as empresas instaladas no reino continuariam a trazer carruagens de reinos participantes de acordos comerciais sem pagar o IPA adicional. Uma grande rasteira nos demais importadores!

Seguiram-se grandes protestos, tanto da Areiva quanto dos súditos, já acostumados à saudável concorrência entre carruagens nacionais e importadas. E o que aconteceu depois surpreendeu a todos.

Unido, o povo do reino deixou de comprar carruagens por vários meses. Preferiu manter as antigas, trocar ferraduras gastas, consertar rodas quebradas "e como havia buracos nas estradas do reino!" e tratar os cavalos que adoecessem após comer farelo adulterado, outro grave problema por lá. Ninguém ficou a pé por não trocar sua carruagem azul por uma verde (naquele reino, por alguma razão, só havia carruagens dessas duas cores) ou por manter seu cavalo a capim em vez de comprar um Flex Food.

Na Areiva, as importadoras de carruagens viviam sérias dificuldades. Muitas já haviam fechado as portas, desistindo de um reino que queria crescer, mas não mostrava seriedade nas relações internacionais. Na outra associação, a Ancovea, anunciavam-se seguidos prejuízos e percebia-se que a manobra para dominar o mercado não havia dado certo. Os súditos da rainha mostravam que não eram bobos: sabiam lutar por seus direitos.

Nossa história termina com uma grande vitória. Pressionada pelos protestos, a rainha anunciou o fim da penalização aos importadores. Os súditos, respeitados, suspenderam o boicote. Voltaram a comprar carruagens nacionais e estrangeiras, as empresas renovaram seus produtos, os preços caíram como resultado da concorrência. Os construtores locais continuaram lucrativos e outros chegaram para montar veículos ali, confiantes na seriedade que se vislumbrava.

Desde então, nunca mais se ouviu falar em "proteger a carruagem nacional" naquele reino. A lição foi aprendida.
 
Editorial publicado em 24/09/11 no Best Cars Web Site.

Autor : Fabricio Samahá

Comentário meu : O Fabrício corajosamente falou absolutamente tudo sobre a nossa realidade, complementando o meu post anterior !

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Os mais caros carros do mundo

Por esses dias o aumento do IPI pelo governo pegou a todos de surpresa. Logo quando começávamos a ver os fabricantes locais cedendo no preço dos carros nacionais ( e Mercosul), e todos constatando que os carros pelados nacionais custam a mesma coisa que carros que vinham completos ( e completos mesmo, com tudo) do outro lado do mundo, vimos que tinha algo de podre no Reino da Dilma...

Ai vem a paulada do aumento do IPI pra proteger os fabricantes, e deixar o mercado local cativo dessas marcas, pra poderem continuar vendendo as carroças mais caras do mundo.

Vejam esse video :


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Maserati Bora Revell

Num post do imperdível site Best Cars Web Site mostrou na seção "Carros do Passado" a história do Maserati Bora e seu irmão Merak. Dois super esportivos da década de 70.



Lembrei-me imediatamente do plastimodelo (kit Revell)  que eu e meu irmão montamos nos anos 80 deste carro.

Mês passado estive na casa de minha mãe e recuperei uma caixa com muitos kits meus e o que restou de outros  montados por nós.

Um deles era o Bora.

Não se importem com nossos dotes artísticos de montagem de kits na época, por favor... mostro nesse post uma comparação entre o original e o kit meu.

carro real

sábado, 10 de setembro de 2011

Dodge Revela Novo Charger de Perseguição


2011 Dodge Charger PursuitFãs de carros de alto desempenho da MOPAR (Dodge) podem não ficar muito satisfeitos com a notícia de que a Mopar apresentou um novo carro de polícia com base no Charger 2012 - você não vai querer ver um desses te seguindo muito de perto...

Dodge e Mopar se uniram com a Crown North America para desenvolver seis pacotes policiais diferentes que estão "prontos-para-o-dever direto do fabricante", como a Dodge chama eles.
2012 Dodge Charger Pursuit
Este Dodge Charger de perseguição oferece a escolha de dois motores: um Pentastar V-6 de alumínio de 3,6 litros , que entrega potência de 292 HP com 35,95 Kgf.m (260 lb.ft) de torque, e faz até 11,48 Km/l (rodovia), ou o  Hemi V-8 de 5,7 litros com tecnologia de economia de combustivel que entrega 370 cavalos de potência e 53,91 Kgf.m (390 lb-ft) de torque e fazendo até 10,62 Km/l em rodovia.

Tem suspensão acertada para desempenho, amortecedores de nivelamento por carga Nivomat, ABS nos freios a disco reforçados, barras estabilizadoras mais grossas, pneus 18 polegadas em rodas de aço e dois modos de uso, específicos para a policia, do Controle de Estabilidade Eletrônica (ESC).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Que música embala sua vida?

A música tem o poder de nos emocionar, de nos remeter ao passado, de mudar o nosso humor. De uma forma transcendente, somos embalados pelo ritmo e pela letra, e capturados em instantes mágicos aonde a nossa mente retrocede, as vezes, décadas.

Existe um site (http://www.thisdayinmusic.com/birthdayno1) muito interessante, que permite que você saiba qual a música estava no Top do Hit Parade na data do seu nascimento. Você começa a imaginar, se a sua mãe ouvia esta música quando estava grávida de você.

Gostei muito de conhecer a Hit Parade do dia do meu aniversário, "In the year 2525". Não conhecia a música, e amei.


Amei o estilo dos cantores, a sua afinação, a letra com um ritmo bem anos 60. Interessantemente a letra é bem futurista, e nos transporta até o distante ano 10.000 DC, bem condizente com o clima eufórico que a humanidade tomou, quando do pouso da Apolo 13 na lua neste mesmo ano.

Melhor ainda, é saber, que talvez o meu gosto por ficção científica tenha começado no ventre da minha mãe. Talvez em meio ao liquido amniótico eu já estivesse sonhando com o homem na lua, e no distante ano 10.000.

É facilmente perceptível a inocência daquela música, impressa tanto na letra como no ritmo. Provocando em muitos ouvintes, uma sensação agradável de bem-estar, por estar em ressonância com o mesmo espirito do autor e interprete da música.


Esta belíssima música, de Simon e Garfunkel, de apenas 2 anos antes. Justamente o ano que nasceu o meu irmão, XRacer. Representa claramente, este espirito inocente, que emanava de muitas músicas desta década. Ela é tão inspirativa, que me levou, em uma destas madrugadas da vida, a escrever este poema:

O som do silêncio me invade, permeia o ar ao meu redor
envolve me profundamente, enquanto escuto as palavras
que nao sao ditas por ninguem, porque nao podem ser ouvidas
por ouvidos humanos, penetram como facas no coracao

Os profetas precisam se esconder em metros subterraneos
ninguem os escuta mais, suas palavras caem por terra
sao milhares, perdemos as contas de quantos sao
profetas sem boca, nao emitem som, mas acordam pessoas

Quebram o tecido da percepcao ao nosso redor
levam nos ao profundo de nós mesmo
tocamos entao o que apenas o silencio pode revelar
aquilo que importa, aquilo que é precioso

Tolos

Somos todos nós, buscando ouvir os sons do mundo
quando tudo que precisamos ouvir é no recondito de nossa alma
a doce voz de nossa consciencia,
iluminada nao por deuses de neon ou de eletrons

Buscam em todos cantos, aquilo que estavam com eles o tempo todo
O Espirito Santo busca por aqueles que podem se calar e escutar
Por aqueles que sabem buscar alem das sensacoes, alem das vozes
Alem do silencio, podemos toca-lo, e Ele se revela a nós...